Regime de Jornada de Trabalho Diferenciada e funções gratificadas são criados para os médicos
Regime de Jornada de Trabalho Diferenciada
e funções gratificadas são criados para os médicos
Projeto aprovado prevê o pagamento de três vezes o valor
da Tabela SUS e três novas funções gratificadas
Na sessão ordinária de segunda-feira (21/08), os vereadores
aprovaram, em segunda discussão, o Projeto de Lei Complementar nº 15/2023, que
dispõe sobre o regime de jornada de trabalho diferenciada aos médicos no âmbito
municipal e altera o Anexo III da Lei Complementar nº 275/2022.
O objetivo do projeto é criar o Regime de Jornada de
Trabalho Diferenciada aos Médicos no âmbito municipal, prevendo o pagamento de
três vezes o valor estabelecido para Serviço Profissional pela Tabela SUS, para
a realização de procedimentos médicos, conforme estabelecido pelo SIGTAP -
Sistema de Gerenciamento da Tabela de Procedimentos, Medicamentos e OPM do SUS.
Além disso, também foram criadas três funções gratificadas
dentro do organograma administrativo da saúde do Executivo Municipal: a do
Médico Auditor, do Coordenador Médico e do Médico Prescritor.
"Com essa alteração tem-se por finalidade justamente
uma melhor adequação e organização dos trabalhos de assistência médica na
esfera municipal, sempre na busca da eficiência administrativa”, afirmou o
prefeito na mensagem do projeto.
O vereador Pedro Melo (PL) foi até a tribuna, na primeira
discussão do projeto, e explicou porque votaria contrário. “Esse projeto, do
ponto de vista médico, não vai trazer benefício absolutamente nenhum para a população
de Porto Ferreira, visto que os honorários dessa tabela SUS estão defasados desde
o ano de 2002.”
Por conta dessa defasagem, o valor a ser pago não trará benefícios
aos médicos. “Foi usado esse parâmetro de três vezes o valor da tabela SUS, para
a população que me escuta dá a impressão que os médicos vão ganhar uma fortuna trabalhando,
medicando e assistindo os pacientes internados no Hospital Dona Balbina”,
contou.
Pedro Melo acredita que os médicos não terão estímulos para realizarem
os procedimentos previstos. “Os valores recebidos pelos profissionais não vão
estimular em absoluto os colegas cirurgiões e isso tenho escutado de vários
colegas que realizam procedimentos em nossa população. Infelizmente, é um
parâmetro de tabela que está aquém daquilo que o médico merece receber por uma cirurgia.”
O vereador disse que a cidade de Araras adotou essa forma de
pagamento e teve que voltar atrás. “Em outras cidades da região, como Araras, fizeram
isso e simplesmente o serviço público cirúrgico de atenção básica foi um caos
por seis meses quando tiveram que rever esse problema. Enfim, essa é a minha nota
a respeito desse projeto”, finalizou.
O líder do prefeito na Câmara Municipal, vereador Marcelo Ozelim
(Progressistas), também comentou sobre o projeto. “Gostaria de chamar a atenção
dos senhores vereadores para esse projeto que traz em seu conteúdo
principalmente a regulamentação de algumas situações que perduraram por muitos
anos.”
Por apresentar uma resolução para esse problema, o
parlamentar parabenizou a Administração Municipal. “Vai permitir que os profissionais
médicos aqui do quadro dos servidores realizem essas atividades. O prefeito não
está pensando somente na população, mas também nos profissionais médicos e, por
isso, gostaria de deixar aqui meu voto favorável e dizer que o prefeito está de
parabéns por regularizar algumas coisas que há muitos anos vinha de forma
contrária ou de forma que não entendíamos muito bem como era feito.”
Marcelo Ozelim destacou que há muito tempo a classe médica
andava esquecida pela Administração Municipal. “Os médicos estavam esquecidos e
a atual Administração vem de uma forma muito clara dando a esses profissionais as
devidas adequações, não só no seu ambiente de trabalho, mas dando condições
também para que esses médicos possam atender de uma melhor forma toda a
população”, concluiu.
O presidente da Câmara, vereador Sérgio de Oliveira (União
Brasil), finalizou os comentários sobre o projeto. “Primeiramente, quero
agradecer e parabenizar mais uma vez o Poder Executivo porque muitas situações
que vinham embaraçadas e outras situações também que não estavam sendo tratadas
de maneira que o médico merecia estão sendo feitas agora.”
Além desse projeto, já foi aprovado o aumento em 120% no
salário dos médicos que atendem na rede municipal de saúde. “Nós estamos com
muitos médicos que estão aposentando, outros que estão saindo e outros que
sairão daqui a poucos meses. Já foram feitos vários concursos públicos para
médico aqui na nossa cidade e não apareceram candidatos interessados devido a
remuneração que era muito baixa.”
Sobre o salário dos médicos, o presidente afirmou que é
passo a passo para que se chegue a um valor ideal. “Algumas atitudes são
necessárias, primeiro foi feita a questão do aumento de 120%, agora essa
questão da regulamentação dos procedimentos, foi como eu disse na aprovação do
novo piso dos professores: ‘é o ideal? Não, o professor deveria ganhar mais’ e é
a mesma coisa para os médicos, ainda não é o ideal, entendemos que os médicos merecem
ganhar muito mais, mas nós estamos vindo de várias Administrações que deixaram
defasar muito o salário”, explicou.
Por conta das restrições orçamentárias, não é possível dar a
valorização necessária de uma hora para outra. “Eu acredito que é passo a passo
porque não vai conseguir, de uma hora para outra, pagar tudo que nós merecemos,
tudo que os médicos merecem, os professores, enfermeiros e as outras carreiras que
também merecem.”
Além disso, Sérgio de Oliveira pontuou que serão criadas
três gratificações e que está sendo estudada a mudança nos horários de
atendimentos nos postos de saúde. “Está sendo implantada uma gratificação de R$
5 mil mensais para o médico coordenador. Eu acredito que vai chamar a atenção e
é justo porque além dos afazeres dele, tem que coordenar toda a equipe médica
da Secretaria. E eu estive com o prefeito hoje e ele me disse que alguns
médicos têm reclamado da questão da carga horária e, por isso, pretende abrir
os postos de saúde após às 18 horas para que os médicos que não puderem cumprir
essa carga horária durante o dia, possa atender à noite”, finalizou,
O projeto passou por duas discussões, tendo sido aprovado pela
maioria dos vereadores, constando o voto contrário do vereador Pedro Melo e as
ausências dos vereadores Ricardo Patroni (PSD) e João Lázaro (PSDB) na primeira
discussão e, na segunda discussão, constando a ausência do vereador Pedro Melo.
Por Assessoria de Imprensa da Câmara Municipal de Porto
Ferreira